O termo “salário emocional” se refere a todas as gratificações não-monetárias que os funcionários de uma empresa recebem para se sentirem bem trabalhando nela. Alguns exemplos:

– Flexibilidade de horários;
– Planos de carreira bem definidos;
-Atividades desafiadoras que garantam aprendizado ou aprimoramento;
-Ambiente corporativo descontraído, que fomente companheirismo;
-Feedbacks e motivações periódicos;
-Intercomunicação dos vários setores da empresa;
-Incentivo aos estudos;
-Liberdade de expressão e de sugerir ideias;
-Autonomia para tomar decisões.

É fácil perceber, só com o exame desta lista, que salário emocional é um tipo de capital que garante maior engajamento nos negócios, e, portanto, mais produtividade, pois cada pessoa se esforçará para dar o melhor de si no trabalho, fazendo todos irem muito além, e assim cada funcionário da corporação sentirá satisfação pelo que faz e orgulho de pertencer à empresa.

Talvez não por acaso um ambiente desafiador, com tarefas que permitam crescimento profissional e pessoal, seja um dos fatores mais apontados hoje, em pesquisas com funcionários, para atração e retenção de talentos – à frente de altos salários, que hoje não são mais considerados razão suficiente para aceitar um cargo numa empresa ou se manter nela.

Isso acontece porque o profissional de hoje quer igualmente qualidade de vida, e isso não é alcançado só por benefícios monetários, muitos deles já previstos em lei. O bem-estar também é composto pelos chamados bens intangíveis, e aqui é necessário um pequeno desvio do assunto para explicar que o conceito de salário emocional surgiu a partir do conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), criado no Butão. O FIB é medido por nove parâmetros, e são eles que são considerados os bens intangíveis do salário emocional:

– Bem-estar psicológico: grau de satisfação do colaborador em relação à sua própria vida;
– Saúde: a empresa pode flexibilizar horários para cuidados com a saúde, ou oferecer ela mesma esses cuidados;
– Uso do tempo: gestão para cada tarefa e para flexibilizar horários;
– Vitalidade comunitária;
– Educação;
– Cultura, isto é, adequação da corporação às tradições do lugar onde está operando;
– Meio ambiente;
– Governança: como o funcionário se relaciona com a sociedade na qual vive e está operando;
– Padrão de vida, único parâmetro a se referir ao ganho de dinheiro e sua gestão.

Implantação do salário emocional na sua empresa

Em primeiro lugar, considere a cultura organizacional do seu local de trabalho: quais atitudes de valorização dos seus colaboradores seriam coerentes para com ela? Essas atitudes já ocorrem na prática? Como podem ser implementadas? É importante observar que se a organização já tem essa visão, muitos desses caminhos para conquistar os bens intangíveis foram aparecendo nas relações profissionais espontaneamente, por serem lógicos. Neste caso, trate de preservá-los e melhorá-los.

Mas se sua empresa ainda tem a visão apenas nos negócios, sem dar atenção às pessoas por trás deles, então talvez seja necessária uma mudança radical na cultura organizacional dela. O jeito como funcionários de diferentes níveis hierárquicos se tratam pode refletir no tratamento dado pela marca aos seus clientes.